Presbiacusia (dificuldades auditivas associadas à idade)
À medida que os anos passam, uma série de mudanças ocorrem no nosso corpo. Por exemplo, é perfeitamente natural que, com o tempo, deixe de ouvir como ouvia antigamente.
Às dificuldades auditivas associadas ao envelhecimento dá-se o nome de presbiacusia. Se esta questão não for tratada, poderá vir a ter um impacto enorme na qualidade de vida das pessoas.
Neste artigo, vai ficar a conhecer quais são os possíveis sinais, o que os motiva e o que fazer quanto a isso.
O que é a presbiacusia?
A presbiacusia é a perda da audição relativa à idade, que ocorre gradualmente à medida que envelhecemos. Em grande parte dos casos, sabe-se que se começa a manifestar a partir dos 50 anos, afetando sobretudo a capacidade de ouvir os ruídos agudos – como toques de telefone ou os bipes dos micro-ondas.
Sabia que um em cada três adultos1, com mais de 65 anos, sofre de dificuldades auditivas? Ainda assim, por ser algo que acontece de forma tão gradual, algumas pessoas demoram a aperceber-se de que padecem desta condição. A presbiacusia não tem apenas efeitos na perceção dos sons. São muitos os estudos2 que demostram que também tem um real impacto na qualidade de vida das pessoas. Na verdade, as dificuldades auditivas podem condicionar o prazer de ouvir e conversar, levando a que haja um maior isolamento.
Quais são os sinais?
As conversas são cada vez mais difíceis de entender? Sente que as pessoas falam de forma murmurada? Pede para repetir muitas vezes o que lhe dizem? Estes podem ser alguns dos principais sinais da presbiacusia.
O que leva à presbiacusia?
Em grande parte das pessoas, a presbiacusia surge como uma consequência natural do processo do envelhecimento3. À medida que os componentes do ouvido interno se vão degenerando, a audição também. Além disso, também se sabe que esta condição pode ser acentuada pela exposição constante a ruídos altos.
Será possível prevenir a presbiacusia?
Os especialistas ainda não sabem ao certo4 como é possível prevenir as dificuldades auditivas associadas à idade. Ainda assim, é consensual que a forma mais importante de preservar a audição é protegendo-a diariamente. Para isso, evite a exposição a ruídos e, sempre que possível, use protetores auriculares, já que ajudam a evitar o desgaste e as dificuldades auditivas precoces.
O que pode fazer?
Até à data, não existe o que se possa fazer de modo a prevenir ou reverter a presbiacusia. Ainda assim, em grande parte dos casos, quem padece desta condição não tem de viver com esta limitação para o resto da vida.
Os aparelhos auditivos podem surgir como a opção ideal para se voltar a ouvir os sons de forma mais nítida. Estes são dispositivos que têm a capacidade de melhorar a perceção auditiva, ajudando o cérebro a manter-se activo.
Para que a pessoa possa melhorar a sua audição, ela própria precisa de ter a consciência do seu estado. Por isso, muitas vezes o apoio dos familiares e amigos torna-se fundamental.
Em Portugal ainda são poucas as pessoas que procuram ajuda!
A presbiacusia afeta muitos portugueses, mas são ainda poucos os que procuram resolver a situação. Um estudo5 realizado na Universidade de Coimbra contabilizou o número de doentes seguidos com presbiacusia no Centro Hospital de Coimbra (2643) e chegou à conclusão de que apenas pouco mais de 3% dessas pessoas utiliza aparelho auditivo.
Conclusão
A presbiacusia é uma condição comum, que progride gradualmente e, por isso, nem sempre os sinais são percebidos. Assim sendo, é muito importante que se vá fazendo avaliações periódicas para perceber se existe alguma alteração.
Quanto mais cedo encarar a realidade, mais fácil será de amenizá-la. Se o fizer, estará a também a retardar uma provável progressão desta condição.
Fontes:
1https://www.nidcd.nih.gov/health/age-related-hearing-loss
2https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/43273/1/MariaLBraganca.pdf
3https://www.bayaudio.com.au/types-of-hearing-loss/sensorineural-hearing-loss/what-is-presbycusis/
4https://www.hopkinsmedicine.org/health/conditions-and-diseases/presbycusis
5https://estudogeral.sib.uc.pt/handle/10316/30473?locale=pt